Gorjeta: quando e quanto dar

A versão mais comum para a origem da gorjeta remete à Inglaterra do século XVII: TIP, em inglês, seria a sigla para a expressão "TO INSURE PROMPTITUDE", ou "PARA GARANTIR PRONTIDÃO".
Todo mundo quer um serviço rápido e atencioso. Quando ele é oferecido, é natural que haja uma retribuição. A prática da gorjeta varia de país para país. Nos Estados Unidos e na França, por exemplo, ela é uma obrigação social: negar-se a dá-la num restaurante, por exemplo, é um ato de grosseria extrema. Já no Japão, oferecer gratificação em dinheiro a garçons ou taxistas é uma ofensa. No Brasil, não existe obrigação implícita - mas a gorjeta é com frequência esperada. A bonificação depende da satisfação do cliente; se o serviço não agradou, não há por que gratificar.

No restaurante
A quem dar: aos garçons.
Quando dar: a maioria dos restaurantes inclui na conta a taxa de serviço, que, por falta de regulamentação, pode ser até maior que os tradicionais 10% - o valor fica a critério do estabelecimento. Recentemente, criou-se uma polêmica sobre o destino da gorjeta nos bares e restaurantes. Há mais de 7000 ações em todo o país propostas por funcionários que alegam que o dinheiro não seria repassado integralmente a eles. Os donos dos estabelecimentos argumentam que parte da gorjeta serve para cobrir gastos de manutenção da casa, como louças quebradas. Outros afirmam que incorporam o valor no contracheque, o que os exoneraria do repasse direto. Enquanto a controvérsia não se resolve, a recomendação a quem quer ter certeza de que uma quantia extra vai para o bolso de garçons, cozinheiros e ajudantes é entregá-la, em dinheiro, a quem atendeu à mesa.
Quanto dar: 10%
O que dizem as consultoras de etiqueta: o cúmulo da deselegância? Em festas de casamento, dar dinheiro ao garçom logo na chegada para garantir que não vai faltar nada à mesa.

No salão de beleza
A quem dar: a cabeleireiros, assistentes, manicures, depiladores, maquiadores. Caixinha para os donos de salão, jamais. Nesse caso, o cliente pode optar por um presente em uma data especial, como aniversário ou Natal.
Quando dar: sempre que for ao salão. Mas quem frequenta o mesmo salão toda semana pode substituir a gorjeta por um presentinho de vez em quando. Por exemplo, quando fizer uma viagem ao exterior, traga um esmalte ou uma escova diferente para o profissional.
Quanto dar: 10% do serviço
O que dizem as consultoras de etiqueta: em vez de dar dinheiro a cada profissional que o atende, o cliente pode acrescentar os 10% à conta e especificar à recepcionista ou ao gerente como a gorjeta deve ser distribuída, sem constrangimento.

No hotel
A quem dar: a carregadores de malas e camareiras.
Quando dar: sempre, no caso dos carregadores de malas. O valor deve ser proporcional ao esforço, considerando a quantidade de malas e a distância percorrida (uma mala pequena de rodinhas puxada da recepção para o elevador e dali para o quarto não é exatamente uma prova de resistência). Para as camareiras, deixe principalmente se permanecer por mais de uma semana hospedado.
Quanto dar: em hotéis médios, 5 reais, e, nos luxuosos, entre 10 e 20 reais, tanto para carregadores, quanto para camareiras. Para o concierge, a gorjeta pode partir de 10 reais e aumentar proporcionalmente ao favor que ele prestou.
O que dizem as consultoras de etiqueta: no exterior, os funcionários de hotéis consideram uma obrigação dos hóspedes dar gorjeta. E não aceitam trocados.

No posto de combustível
A quem dar: a frentistas e lavadores de carro.
Quando dar: aos lavadores, sempre. O dinheiro extra vai para uma caixinha e é dividido entre eles no fim do dia. Quanto aos frentistas, dar ou não gorjeta depende do que é solicitado. Se o serviço for completo, com calibragem de pneus, limpeza do para-brisa e checagem do nível de óleo, ela é obrigatória e tem de ser mais polpuda. Se o frentista só abastecer o tanque, o valor fica a critério do motorista. Em geral, se é um posto que se frequenta e o funcionário é conhecido do cliente, vale arredondar a conta. Em vez de deixar a caixinha no total pago no cartão, prefira dá-la em dinheiro. Nem sempre a gratificação é repassada ao funcionário.
Quanto dar: 2 reais para abastecimento e até 10 reais quando o serviço é maior.
O que dizem as consultoras de etiqueta: quem abastece sempre no mesmo estabelecimento não precisa deixar gorjeta todas as vezes que entra no posto. O cliente pode dar um valor menor de vez em quando e caprichar na caixinha de Natal.

No táxi
Quando dar: no Brasil, não é obrigatória. Se a conversa alongada do taxista não agradou, não há por que deixar-lhe um agrado.
Quanto dar: arredondar o valor da corrida para cima agrada duas vezes: facilita o troco e engorda a caixinha.
O que dizem as consultoras de etiqueta: embora a gorjeta aos taxistas brasileiros não seja comum, em muitos países ela é quase obrigatória. O valor gira em torno de 10%.

Em casa
A quem dar: a entregadores de pizza e outras refeições.
Quando dar: sempre. Além do salário baixo, o entregador embolsa apenas 50% da taxa da entrega quando ela é cobrada. A outra metade fica com a empresa ou cooperativa de motoboys contratada pela pizzaria ou pelo restaurante.
Quanto dar: entre 2 e 5 reais.
O que dizem as consultoras de etiquetas: não convém economizar em gorjetas a motoboys. É um trabalho eficiente - difícil, corrido e arriscado.

No supermercado
A quem dar: aos empacotadores.
Quando dar: sempre, a não ser que a compra seja pequena, com menos de dez produtos. Se o volume é maior e o empacotador leva as compras para o carro ou para a casa, retribua a ajuda.
Quanto dar: entre 2 e 10 reais.
O que dizem as consultoras de etiqueta: algumas redes de supermercados contratam idosos para empacotar as compras e ajudar o cliente a levá-las para o carro. Nesse caso, não economize na gorjeta.

No estacionamento
A quem dar: a manobristas de estacionamentos e serviços de valet.
Quando dar: os manobristas não costumam esperar gorjetas, portanto o agrado sempre é bem recebido.
Quanto dar: de 1 a 2 reais nos estacionamentos pagos e entre 3 e 5 reais nos serviços gratuitos.
O que dizem as consultoras de etiqueta: a gorjeta pode ser uma forma de ser sempre bem atendido naqueles lugares em que o cliente é reconhecido pela frequência das visitas.



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