É possível recuperar um rio poluído?
Algumas providências podem ser adotadas no sentido
de elevar a capacidade de permanente autodepuração do rio. Regularização da
vazão: Quando a vazão de um rio se torna menor, os efeitos da poluição se
tornam mais graves. Para controlar a vazão, constroem-se barragens. Desta
forma, pode-se garantir os cursos da água uma vazão constante, pois o excesso
de água, existente durante as épocas de chuva, é acumulado para depois ser
liberado mediante a abertura das estações secas. A construção de represas,
entretanto, deve restringir-se aos casos absolutamente indispensáveis, pois ela
implica sempre uma alteração dos sistemas ecológicos, provocando
desequilíbrios, alteração de fauna e flora, mudanças de clima e outros impactos
ambientais que deverão ser cuidadosamente avaliados.
Elevação da turbulência:
Rios que possuem corredeiras têm muito maior
capacidade de absorver o oxigênio atmosférico que os rios de águas tranquilas.
É possível produzir "corredeiras artificiais" em um rio poluído. Uma
experiência piloto desse tipo foi realizada no rio Pinheiros, em São Paulo,
mediante a construção de "escovas rotativas" - movidas por motores
elétricos -, as quais submetiam a água a uma forte agitação, promovendo rápida
reoxigenação do meio. Em casos extremos, de produção repentina de fortes odores
nocivos, tem-se recorrido à adição de nitratos à água como fonte química
suplementar de oxigênio para atividade de bactérias anaeróbias facultativas.
Tal solução paliativa tem, porém, o grave inconveniente de acrescentar
nitrogênio ao rio, o que acelera o processo de eutrofização. Essas são as
"massagens", "exercícios" e "fortificantes" que podem
administrar ao rio para que ele, por si só, consiga recuperar-se da doença da
poluição.
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