Barreiras – Bahia
Conhecida
como Capital do Oeste Baiano, Barreiras ganha cada vez mais projeção na Bahia e
nos estados vizinhos. Mais próximas das capitais Brasília e Palmas que de
Salvador, a cidade tem uma posição estratégica no interior do Brasil. Além de
ser o centro comercial de toda sua região, é o ponto de encontro de diversas
tradições. Por suas ruas é possível encontrar tanto o tradicional acarajé
baiano quanto uma galinha caipira ou um arroz com pequi - prato típico do
cerrado brasileiro.
Apesar
de a região ser habitada há milhares de anos, somente em meados da década de 70
Barreiras entrou em um ritmo sólido de crescimento. Hoje, o município está
entre os maiores produtores nacionais de soja, café e algodão. Mais que um
grande centro comercial e cultural de sua região, Barreiras é o ponto de
encontro de amantes do ecoturismo e dos esportes de aventura. Seus rios,
cavernas, cachoeiras e enormes paredões rochosos são referências para
escaladores e turistas que almejam conhecer os lugares mais incríveis do
cerrado brasileiro.
Pinturas
rupestres
A
história do oeste baiano é antiga. Há milhares de anos, povos indígenas de
diferentes etnias, inclusive os grupos xavantes e caiapós, habitavam a região.
Os maiores refúgios da população nativa eram grutas e cavernas, que, além do
clima ameno, ofereciam proteção contra animais selvagens e contra a chuva.
Ainda
hoje, resquícios das tribos indígenas da região podem ser encontrados nos
sítios arqueológicos espalhados por São Desidério, município vizinho de Barreiras.
As pinturas rupestres se concentram especialmente nos arredores do povoado do
Sítio do Rio Grande, cujas grutas são um verdadeiro patrimônio histórico.
Desenhos de pessoas, animais e objetos dão uma ideia de como era a vida na
região muito antes de o homem europeu pisar nessas terras. Além do valor
histórico e cultural de tais grutas, suas belas formações esculpidas pela água
e pelo vento durante milhões de anos transformam uma simples caminhada em uma
experiência única.
O
homem branco chegou a esse território muito tempo depois. Em meados do século
17, barcos de exploradores que subiam o Rio Grande em busca de índios e
riquezas eram obrigados a parar pouco antes de chegar à barreira de pedra
presente no rio, que impedia a passagem das embarcações. A parada obrigatória
se tornou o Porto de Barreiras, que cresceu e deu origem ao vilarejo de São
João de Barreiras, para somente no século 20 chegar à categoria de cidade, já
com o nome atual.
Força
verde
O
crescimento de Barreiras teve seus altos e baixos durante o século passado. Com
a instalação de uma usina hidroelétrica, a cidade atraiu muitos investimentos e
teve um momento de intenso crescimento, porém, com a desativação da usina em
1964, a economia da cidade esfriou novamente. Somente uma década depois, com a
chegada de rodovias e energia elétrica à região, iniciou-se o melhor período de
Barreiras, com um crescimento econômico e populacional vertiginoso.
O
desenvolvimento da região, que atraiu fazendeiros e investidores de diversos
estados brasileiros, possibilitou a Barreiras tornar-se um dos maiores polos
agropecuários do Brasil em apenas algumas décadas. Hoje, mesmo com um clima
predominantemente seco e so forte o ano todo, a cidade produz algumas das maiores
safras brasileiras de soja, algodão e milho, tendo conquistado um papel central
no rápido desenvolvimento do oeste baiano.
Belezas
do cerrado
Toda
parte oeste do estado conta com um abundante número de rios de águas
cristalinas, que, em seu percurso, por vezes se tornam cachoeiras, corredeiras
e lagos de grande beleza.
No
centro urbano de Barreiras passam dois grandes rios: Rio Grande e Rio de Ondas.
Ao lado do primeiro podem ser encontrados diversos restaurantes e bares, os
principais atrativos da vida noturna da cidade, e próximo ao segundo, cujas
águas cristalinas são famosas entre os barreirenses, há diversos pontos ideais
para o banho e lazer.
Um
pouco distante de seu centro estão as enormes cachoeiras do Acaba Vida e do
Redondo, ambas no curso do Rio de Janeiro - rio que, apesar do nome, não tem
relação com a capital fluminense. Suas grandes quedas e poços de águas claras
fazem dessas cachoeiras locais perfeitos para a prática de rapel, tirolesa ou
apenas para relaxar em um ambiente espetacular e tranquilo.
Muitas
das belezas naturais da região estão ao lado de Barreiras, no município de São
Desidério, uma cidade pequena e agradável. O Paredão do Deus-me-Livre, com
cerca de 40 metros de altura, apesar do nome, é muito famoso entre os
praticantes de esportes radicais, especialmente por sua longa tirolesa que
deixa o praticante suspenso por mais de 100 metros até chegar à água.
Há
ainda em São Desidério o Parque da Lagoa Azul, um paraíso. Situado em uma
grande área de preservação, com inúmeras trilhas que aproximam o visitante da
flora e da fauna do cerrado brasileiro. Com um grande lago de águas cristalinas,
enormes paredões rochosos e a grande gruta do Catão, este parque é um destino
obrigatório para os adeptos do ecoturismo.
O
melhor de tudo é que esses locais permanecem muito bem preservados e
praticamente intocados. É bem provável que ao chegar no oeste baiano o
visitante se sinta como os primeiros exploradores da região, descobrindo uma
cachoeira ou um grande lago de águas azuis só para ele. O único cuidado que uma
viagem dessa pede é um bom protetor solar, pois visitar Barreiras é ter
garantia de sol, calor e belezas naturais o ano inteiro.
*Revista
VOE - Ano 5, Nº 52, Outubro de 2012.
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